A vida para a nossa geração começou a ser mais difícil do que até então havia sido. Crescemos com os nossos pais a darem-nos tudo, a proporcionarem-nos todos os caprichos, onde estudar no ensino superior era normal e não mais do que a obrigação de todos. Ir de férias com os amigos com os pais a custearem as férias tornou-se normal, ter carro também, playstations, telemóveis de última geração... por aí em diante, tudo isto se transformou em poucos anos um direito adquirido para as gerações mais novas. Atualmente as coisas começaram a mudar, os pais, os jovens começaram a perder esses direitos ditos normais e após as reduções nos vencimentos, o aumento da dificuldade em encontrar emprego, as pessoas começaram a encontrar dificuldades onde anteriormente apenas encontravam facilidades.
O assunto é, foi e será amplamente debatido, com inúmeros argumentos para os mais diversos gostos, mas tenho a certeza de algo, que é irrefutável e de que não podemos fugir, é que o pais estava a viver acima das suas possibilidades! O estado social deve existir sim, mas é impossível termos todos a nossa casa, o nosso carro, ter cuidados de saúde grátis, dar rendimentos sociais, reformarmos-nos cedo... isto pura e simplesmente não é possivel! Quem é que paga isto? A pirâmide tem de estar corretamente posicionada e jamais funcionará com igual número de trabalhadores ativos e de trabalhadores inativos.
Sim, existem dezenas de exemplos que o estado deveria dar e os seus governantes são os primeiros a valer-se da sua posição de decisão para tirarem beneficio próprio, mas isso é apenas parte do problema!
Volto a reafirmar a minha opinião, a Europa tem andado a viver acima das suas possibilidades. Portugal tem feito imensas obras, obras para as quais foi necessário encontrar financiamento junto da banca e que agora representa a grande parte do endividamento com que nos debatemos. Na nossa casa se geríssemos o orçamento de igual forma estaríamos a viver na rua!
É inaceitável que não se responsabilizem os culpados e essa será talvez a razão mais forte para se ter chegado a este ponto. Se ninguém é julgado pelas decisões que toma, o que importa se elas não derem certo?
Tem de ser! Não apetece, ninguém gosta, mas temos de começar a viver dentro daquilo que conseguimos pagar! E talvez não fosse má ideia tentarmos começar a fazer algumas poupanças, porque o que vem lá não vai ser melhor...